Anúncio do Reino de Deus
"Depois que João foi preso, Jesus veio para a Galiléia proclamando, nestes termos, o Evangelho de Deus: "Cumpriu-se O tempo e o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede no Evangelho"' (Mc 1,14-15). "Para cumprir a vontade do Pai, Cristo inaugurou o Reino dos céus na terra." Ora, a vontade do Pai é "elevar os homens à participação da Vida Divina". Realiza tal intento reunindo os homens em torno de seu Filho, Jesus Cristo. Esta reunião é a Igreja, que é na terra "O germe e o começo do Reino de Deus"
Cristo está no centro do congraçamento dos homens na "família de Deus". Convoca-os junto a si por sua palavra, por seus sinais que manifestam o reino de Deus, pelo envio de seus discípulos. Realizar a vinda de seu Reino sobretudo pelo grande mistério de sua Páscoa: sua morte na Cruz e sua Ressurreição. "E eu, quando for elevado da terra, atrairei todos a mim" (Jo 12,32). A esta união com Cristo são chamados todos os homens.
Todos os homens são chamados a entrar no Reino. Anunciado primeiro aos filhos de Israel, este Reino messiânico está destinado a acolher os homens de todas as nações. Para ter acesso a ele, é preciso acolher a palavra de Jesus:
Pois a palavra do Senhor é comparada à semente semeada no campo: os que a ouvem com fé e são contados no número da pequena grei de Cristo receberam o próprio Reino; depois, por sua própria força, a semente germina e cresce até o tempo da messe.
O Reino pertence aos pobres e aos pequenos, isto é, aos que o acolheram com um coração humilde. Jesus é enviado para "evangelizar os pobres" (Lc 4,18). Declara-os bem-aventurados, pois "o Reino dos Céus é deles" (Mt 5,3); foi aos "pequenos" que o Pai se dignou revelar o que permanece escondido aos sábios e aos entendidos. Jesus compartilha a vida dos pobres desde a manjedoura até a cruz; conhece a fome, a sede e a indigência. Mais ainda: identifica-se com os pobres de todos os tipos e faz do amor ativo para com eles a condição para se entrar em seu Reino.
Jesus convida os pecadores à mesa do Reino: "Não vim chamar justos, mas pecadores" (Mc 2,17). Convida-os à conversão, sem a qual não se pode entrar no Reino, mas mostrando-lhes, com palavras e atos, a misericórdia sem limites do Pai por eles e a imensa "alegria no céu por um único pecador que se arrepende" (Lc 15,7). A prova suprema deste amor ser o sacrifício de sua própria vida "em remissão dos pecados" (Mt 26.28).
Jesus convida a entrar no Reino por meio das parábolas, traço típico de seu ensinamento. Por elas, convida ao festim do Reino, mas exige também uma opção radical: para adquirir o Reino é preciso dar tudo; as palavras não bastam, são necessários atos As parábolas são como espelhos para o homem: este acolhe a palavra como um solo duro ou como uma terra boa? Que faz ele dos talentos recebidos? Jesus e a presença do Reino neste mundo estão secretamente no coração das parábolas. E preciso entrar no Reino, isto é, tomar-se discípulos de Cristo para "conhecer os mistérios do Reino dos Céus" (Mt 13,11). Para os que ficam "de fora" (Mc 4,11), tudo permanece enigmático
Catecismo da Igreja Católica
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