sábado, 31 de julho de 2010

Ser padre...

Ser padre é ser sacerdote,
Intercedendo de joelhos e com humildade
para que nunca se rompam os laços que
unem a humanidade a seu Senhor.

Ser padre é ser mediador,
realizando as rupturas entre céu e terra,
para construir uma única realidade,
que é o mundo da fraternidade.

Ser padre é ser candeeiro,
trazendo para as escuridões da história
humana as luzes
que clareiam e aquecem os caminhos dos
peregrinos de um novo tempo.

Ser padre é ser servidor,
buscando, com força e coragem,
enfrentar as batalhas das corrupçoes
sociais e politicas
com as bandeiras da profecia
e da solidariedade.

Ser padre é sei pai,
trazendo ao mundo a ternura
e a misericórdia de Deus.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

O Dinheiro

De fato, o dinheiro constitui pesada responsabilidade para o seu possuidor. Não compra a felicidade e muitas vezes torna-se responsável por incontáveis desditas. Apesar disso, a sua ausência quase sempre se transforma em fator de desequilíbrio e miséria com que se atormentam multidões em desvario. O dinheiro, em si mesmo, não tem culpa: não é bom, nem mau. A aplicação que se lhe dá, torna-o agente do progresso social, do desenvolvimento técnico, do conforto físico e, às vezes, moral, ou causa de inomináveis desgraças.
Sua validade decorre do uso que lhe é destinado. Com ele se adquire o pão, o leite, o medicamento, dignificado o homem pelo trabalho. Sua correta aplicação impõe responsabilidade e discernimento, tornando-se fator decisivo na edificação dos alicerces das nações e estabilizando o intercâmbio salutar entre os povos. Através dele irrompem o vicio e a corrupção, que arrojam criaturas levianas em fundos despenhadeiros de loucura e criminalidade.
Para consegui-lo, emprenham-se os valores da inteligência, em esforços exaustivos, por meio dos quais são fomentados a industria, o comércio, as realizações de alto porte, as ciências, as artes, os conhecimentos. No submundo das paixões, simultâneamente, dele se utilizando, a astucia e a indignidade favorecem os disparates da emoção, aliciando as ambições desregradas para o consórcio da anarquia com o prazer.
Por seu intermédio, uns são erguidos aos pícaros da paz, da glória humana, enquanto os outros são arrojados às furnas pestilentas do pavor e da desagregação moral em que sucumbem. Sua presença ou ausência é relevante para a quase totalidade dos homens terrenos. Para o intercâmbio, no movimento das trocas de produtos e valores, o dinheiro desempenha papel preponderante.
Graças a ele estabelecem-se acordos de paz e por sua posse explodem guerras calamitosas. Usa-se sem escravizar-se. Possui-o sem te deixar por ele possuir. Domina-o antes que te domine. Dirige-o com elevação, a fim de que não sejas mal conduzido. Mediante sua posse, faze-te pródigo, sem se tornares perdulário.
Cuida de não submeter tua vida, teus conceitos, tuas considerações e amizades ao talante do seu condicionamento. Previdente, multiplica-o a beneficio de todos, sem a avareza que alucina ou a ambição que tresvaria. De como te servires do dinheiro, construirás o céu da alegria ou o inferno de mil tormentos para ti mesmo. Se te escasseia nas mãos a moeda, não te suponhas vencido. Ter ou deixar de ter, importa pouco, na economia moral da tua existência.
O importante será a posição que assumas em relação à posse. Não te desesperes pela ausência do dinheiro. Como há aqueles que se fizeram servos do que tem, há, também, os escravizados ao que gostariam de ter. O dinheiro é meio, não meta. Imprescindível colocar-te jubilosamente na situação que a vida te brindou, padronizando as diretrizes e os desejos pessoais dentro dos limites transitórios da experiência educativa por que passas, consequência natural do mau uso que fizestes do dinheiro que um dia possuíste. Por outros recursos poderás ajudar o próximo e erigir a felicidade pessoal, conforme as luminosas lições com que o Evangelho te pode enriquecer a vida. Essencial é viver bem e em paz com ou sem dinheiro.

Extraído da Revista Consciência ano 15 nº77/2007
Joanna de Angelis, pelo médium Divaldo P. Franco, do livro Leis Morais da Vida, Editora LEAL

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Creio na Ressurreição da Carne

O Credo cristão – profissão de nossa fé em Deus Pai, Filho e Espírito Santo, e em sua ação criadora, salvadora e santificadora – culmina na proclamação da ressurreição dos mortos, no fim dos tempos e na vida eterna.

Cremos firmemente – e assim esperamos – que, da mesma forma que Cristo ressuscitou verdadeiramente dos mortos, e vive para sempre, assim também, depois da morte, os justos viverão para sempre com Cristo ressuscitado e que Ele os ressuscitará no ultimo dia. Como a ressurreição de Cristo, também a nossa será obra da Santíssima Trindade.

Se o espírito daquele que ressuscitou Jesus dentre os mortos habita em vós, aquele que ressuscitou Cristo Jesus dentre os mortos dará vida também aos vossos corpos mortais, mediante seu Espírito que habita em vós (Rm 8,11)

O termo “carne” designa o homem em sua condição de fraqueza e de mortalidade. A “ressurreição da carne” significa que após a morte não haverá somente a vida da alma imortal, mas que mesmo os nossos “corpos mortais” (Rm 8,11) readquirirão vida.

Crer na ressurreição dos mortos foi, desde os inícios, um elemento essencial da fé cristã. “Fiducia christianorum resurrectio mortuorum; illiam credentes, sumus – A confiança dos cristãos é a ressurreição dos mortos; crendo nela, somos cristãos”

Como podem alguns dentre vós dizer que não há ressurreição dos mortos? Se não há ressurreição dos mortos, também Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, vazia é a nossa pregação, vazia é também a nossa fé. Mas não! Cristo ressuscitou dos mortos, primícias dos que adormeceram (1Cor 15,12-14,20).

quarta-feira, 28 de julho de 2010

A Inveja

Conta-se que um dia um avarento e um invejoso foram à presença do deus Júpiter para fazer-lhe pedidos. O deus Júpiter, percebendo logo as fraquezas dos dois, resolveu dar-lhe uma lição, e disse então:

- darei a vocês aquilo que me pedirem, porém lhes aviso, darei em dobro para seus vizinhos.

O avarento prontamente pediu ao deus Júpiter que lhe desse uma sala repleta de ouro. Assim foi realizado seu desejo, e ao vizinho foi dado em dobro. O avarento não ficou muito contente quando viu que seu vizinho havia ganhado duas salas de ouro, porém conformou-se e foi embora.

O invejoso, que a tudo observava, quando lhe coube fazer o pedido, disse:

- deus Júpiter, gostaria de lhe pedir que furasse meu olho direito.

Foi realizado o seu desejo e seu vizinho teve os dois olhos furados.

Há pessoas que ao invés de olharem para os progressos, sucessos, coisas e fatos positivos de sua própria vida, ficam o tempo todo prestando atenção e “vivendo” as outras pessoas, querendo para si o que as outras tem, querendo ser o que as outras são, querendo viver o quer as outras pessoas vivem. São pessoas que fazem da “inveja” o seu padrão de relacionamento humano. Não conseguem viver a própria vida e com isso atraem para si o descaso e o desdém dos normais. São dignos de pena, pois jamais conseguirão livrar-se de suas próprias amarras que as levam ao fracasso.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Sua Vida

Quando a sua vida começa você tem apenas uma mala pequenina na mão...

À medida em que os anos vão passando, a bagagem vai aumentando porque existem muitas coisas que você recolhe pelo caminho, por pensar que são importantes.

A um determinado ponto do caminho começa a ficar insuportável carregar tantas coisas, pesa demais, então você pode escolher: ficar sentado à beira do caminho, esperando que alguém o ajude, o que é difícil, pois todos que passarem por ali já terá sua própria bagagem. Você pode ficar a vida inteira esperando, ou você pode aliviar o peso, esvaziando a mala.

Mas, o que tirar? Você começa tirando tudo... veja o que tem dentro: Amor, amizade... nossa! Tem bastante, e curioso, não pesa nada...

Tem algo pesado... você faz força para tirar... era raiva – como ela pesa! Aí você começa a tirar, tirar e aparecem a incompreensão, o medo, o pessimismo... nesse momento, o desanimo quase te puxa pra dentro da mala... mas você puxa-o para fora com toda a força,e no fundo da mala aparece um sorriso, que estava sufocado no fundo da sua bagagem.

Pula para fora outro sorriso e mais outro, e ai a sai a felicidade.. ai você coloca as mãos dentro da mala de novo e tira um monte de tristeza...

Agora, você vai ter que procurar a paciência dentro da mala, pois vai precisar bastante...

Procure então o resto: a força , a esperança, a coragem, o entusiasmo, o equilíbrio, a responsabilidade, a tolerância e o bom e velho humor. Tire a preocupação também. Deixe de lado, depois você pensa o que fazer com ela...

Bem, sua bagagem está pronta para ser arrumada de novo. Mas, pense bem o que vai colocar dentro da mala de novo, hem.

Agora é com você. E não se esqueça de fazer essa arrumação mais vezes, pois o caminho é MUITO, MUITO LONGO, e sua bagagem poderá pesar novamente.


Autor Desconhecido

A Educação

Um dia desses lemos em um adesivo colado no vidro traseiro de um veículo a seguinte advertência: “Minha educação depende da tua”!

Ficamos a imaginar qual seria o conceito de educação para quem pensa dessa forma. Ora, se nossa educação dependesse dos outros, certamente seria tão instável quanto à quantidade de pessoas com as quais nos relacionamos.

Ademais, se assim fosse, não formaríamos jamais o nosso caráter. Seriamos apenas o resultado do comportamento de terceiros. Refletiríamos como se fossemos um espelho.

A educação é a arte de formar caracteres, e, por conseguinte, é o conjunto de hábitos adquiridos. Assim sendo, como fica a nossa educação se refletir tão somente o comportamento dos outros como uma reação apenas?

O verdadeiro caráter é forjado na luta por dominar as más tendências, por não revidar a uma ofensa, por retribuir o mal com o bem.

Um amigo tinha o costume de dizer: “bateu, levou”. Um dia perguntamos as ele admirava os mal-educados que tanto criticava. Imediatamente ele se posicionou em contrário: - é claro que eu não aprovo pessoas mal-educadas. Então questionamos outra vez: Se não os admira, por que você os imita:

Ele ficou um tanto confuso, pensou um pouco e respondeu: - É, de fato deveríamos imitar somente o que achamos bonito.

Dessa forma, a nossa educação não deve jamais depender da educação dos outros, menos ainda da falta de educação dos outros.

Todos os ensinamentos do Cristo, a quem a maioria de nós diz seguir, recomendam apresentar a outra face. Imaginemos se Jesus tivesse ensinado: “se alguém te bater numa face, esmurra-lhe a outra”, ou então, “faça aos outros tudo aquilo que não deseja que te façam”. Nós certamente não O aceitaríamos como um modelo a ser seguido.

Assim sendo, lutemos por nos educar segundo os preceitos do Mestre de Nazaré, que diante dos momentos mais dolorosos da Sua vida manteve a calma e tolerou com grandeza todas as agressões sofridas.

Não nos espelhemos nos que não são modelos nem de se mesmos. Construamos o nosso caráter com os exemplos nobres.

Quando tivermos que prestar contas às leis que regem a vida, não encontraremos desculpas para a nossa falta de educação, nem poderemos jogar a culpa nos outros, já que Deus nunca deixou a Terra sem bons exemplos de educação e dignidade.

Não adotemos os costumes comuns que nada tem de normais. O normal é cada um buscar a melhoria íntima com os recursos internos e externos que Deus oferece.

As rosas, mesmo com as raízes mergulhadas no estrume, abrem-se para oferecer ao mundo o seu inconfundível perfume.

O sândalo, por ser uma árvore nobre, deixa suave fragrância impregnada no machado de lhe dilacera as fibras.

Assim, nós também podemos dar exemplos dignos de serem imitados.


Equipe do site www.momento.com.br

sábado, 24 de julho de 2010

O Aborto

Volta à discussão a questão do aborto, quando da publicação do plano de governo da candidata do PT e um religioso da Igreja Romana se manifesta contra tal projeto. Baseando nossa posição no que reza o Catecismo resolvemos editar o texto que trata do assunto para esclarecimento dos nossos leitores, os que seguem o Blog.

“A vida humana deve ser respeitada e protegida de maneira absoluta a partir do momento da concepção. Desde o primeiro momento de sua existência, o ser humano deve ver reconhecidos os seus direitos de pessoa, entre os quais direito inviolável de todo ser inocente à vida.

Antes mesmo de te formares no ventre materno, eu te conheci; antes que saísses do seio, eu te consagrei (Jr 1,5).

Meus ossos não te foram escolhido quando eu era feito, em segredo, tecido na terra mais profunda (SL 139,15).

Desde o século I, a igreja afirmou a maldade moral de todo aborto provocado. Este ensinamento não mudou, continua invariável. O aborto direto, quer dizer, querido como um fim ou como um meio, é gravemente contrário à lei moral:

Não matarás o embrião por aborto e não farás perecer o recém-nascido.

Deus, senhor da vida, confiou aos homens o nobre encargo de preservar a vida, para ser exercido de maneira condigna ao homem.

Por isso a vida deve ser protegida com o máximo cuidado desde a concepção. O aborto e o infanticídio são crimes nefandos.

A cooperação formal para o aborto constitui uma falta grave. A Igreja sanciona com uma pena canônica de excomunhão este delito contra a vida humana. “Quem provoca aborto, seguindo-se o efeito, incorre em excomunhão latae sententiae” “pelo próprio fato de cometer o delito” e nas condições previstas pelo Direito. Com isso, a Igreja não quer restringir o campo da misericórdia. Manifesta, sim, a gravidade do crime cometido, o prejuízo irreparável causado ao inocente morto, a seus pais e a toda a sociedade.

O inalienável direito à vida de todo individuo humano inocente é um elemento constitutivo da sociedade civil e de sua legislação:

“Os direitos inalienáveis da pessoa devem ser reconhecidos respeitados pela sociedade civil e pela autoridade política. Os direitos do homem não dependem nem dos indivíduos, nem dos pais, e também não representam uma concessão da sociedade e do Estado: pertencem à natureza humana. Entre estes direitos fundamentais é preciso citar o direito à vida e à integridade física de todo ser humano, desde a concepção até a morte.”

“No momento em que uma lei positiva priva uma categoria de seres humanos da proteção que a legislação civil lhes deve dar, o Estado nega a igualdade de todos perante a lei. Quando o Estado não coloca sua força a serviço dos direitos de todos os cidadãos, particularmente dos mais fracos, os próprios fundamentos de um estado de direito estão ameaçados... Como conseqüência do respeito e da proteção que devem ser garantidos à criança desde o momento de sua concepção, a lei deverá prever sanções penais apropriadas para toda violação deliberada dos direitos dela.”

Visto que deve ser tratado como uma pessoa desde a concepção, o embrião deverá ser defendido em sua integridade, cuidado e curado, na medida do possível, como qualquer outro ser humano.

O diagnóstico pré-natal é moralmente lícito “se respeitar a vida e a integridade do embrião e do feto humano, e se está orientado para sua salvaguarda ou sua cura individual... Está gravemente em oposição com a lei moral quando prevê, em função dos resultados, a eventualidade de provocar um aborto. Um diagnóstico não deve ser o equivalente de uma sentença de morte”.

“Devem ser consideradas lícitas as intervenções sobre o embrião humano quando respeitam a vida e a integridade do embrião e não acarretam para ele riscos desproporcionados, mas visam a sua cura, à melhora de suas condições de saúde ou à sua sobrevivência individual.”

“É imoral produzi embriões humanos destinados a serem explorados como material biológico disponível.”

“Certas tentativas de intervenção sobre o patrimônio cromossômico ou genético não são terapêuticas, mas tendem à produção de seres humanos selecionados segundo o sexo ou outras qualidades preestabelecidas. Essas manipulações são contrárias à dignidade pessoal do ser humano, à sua integridade e à sua identidade” única, não reiterável.”

É esta a doutrina que ensinamos e a fé que professamos nos orienta seguir.

Cristão não mata.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

A Familia de Jesus



Celebrando a festa de Santa Ana e São Joaquim, estamos celebrando os Avós de Jesus. A exaltação da família humana de Jesus, é pratica de fé na igreja oriental. No ocidente nós exaltamos as figuras de São Joaquim e Santa Ana pais de Maria mãe de Jesus sem evidenciar entretanto este caráter familial, por isso estamos colocando aqui o texto extraido dos Evangelhos Apócrifos do Evangelho Pseudo-Mateus que retrata a família humana de nosso Amado Salvador.

Joaquim e Ana

Estando Joaquim nos montes, onde apascentava seus rebanhos, apareceu-lhe um jovem e lhe disse: “Por que não voltas para tua mulher?” Respondeu: “Eu a tive por vinte anos, e Deus não quis conceder-me filhos dela. Por isso, depois que me foi lançado em rosto, afastei-me do templo do Senhor com muita vergonha. Por que deveria voltar para ela, uma vez que fui repelido e desprezado? Permanecerei aqui com minas ovelhas até quando o Deus deste mundo quiser conceder-me a luz. Por meio de meus servos darei generosamente aos pobres, aos órfãos e às pessoas do culto de Deus”.
Quando ele terminou de falar, o jovem lhe respondeu: “Eu sou um ano de Deus e hoje apareci a tua mulher, que chorava e orava, e a consolei; saibas que de teu sêmen concebeu a ela uma filha, e tu a deixaste, ignorando-a. Ela estará no templo de Deus; sobre ela repousará o Espírito santo; a sua bem-aventurança será superior à de todas as mulheres santas. Ninguém poderá dizer que antes dela houve outra igual; e neste mundo, depois dela, não haverá outra como ela. Desce, pois, dos montes, volta para tua mulher e a encontrarás em estado interessante. Com feito, Deus suscitou nela um sêmen pelo qual deves agradecer lhe. O se sêmen será bendito, e ela mesma será bendita e será constituída mãe de uma bênção eterna.”
Depois de ter adorado o anjo, Joaquim lhe disse: “Se encontrei graça diante de ti, senta-se um pouco em minha tenda e abençoa teu servo”. O anjo lhe respondeu: “Não chames servo, mas converso; somos servos de um mesmo Senhor. Mas a minha comida é invisível, e a minha bebida não pode ser vista por nenhum mortal. Por isso não deves pedir-me que entre em tua tenda. Se tens a intenção de dar-me alguma coisa, oferece-a em holocausto ao senhor”.
Joaquim tomou então um cordeiro imaculado e disse ao anjo; “Eu não ousaria oferecer um holocausto ao Senhor se tua ordem não me tivesse dado o poder sacerdotal para oferecê-lo”. O anjo lhe respondeu; “Eu ao te teria convidado a oferecê-lo se não tivesse conhecido a vontade do Senhor”. Enquanto Joaquim oferecia o sacrifício a Deus, subiram ao céu o anjo e o perfume do sacrifício.
Então Joaquim caiu de bruços e permaneceu em oração da hora sexta até o entardecer. Os servos e os mercenários que estavam com ele, vendo-o e ignorando o motivo pelo jazia deitado, pensavam que estivesse morto; aproximaram-se dele e com dificuldade o levantara. Depois que lhes contou a visão angélica, impelida por grande temor e admiração, eles o exortaram a que, sem demora, desse comprimento à visão do anjo, voltando prontamente para junto de sua mulher.
Enquanto Joaquim ponderava em seu coração se voltava ou não, foi tomado de um supor e viu em sonho o anjo que lhe tinha aparecido quando estava acordado, o qual lhe disse.” Eu sou o anjo que Deus te deu como guarda; desce tranqüilo e volta para junto de Ana, porque as obras de misericórdia que fizestes, tu e tua mulher Ana, foram referidas diante do Altíssimo. Deus dará a vós um fruto que desde o inicio, os profetas não tiveram e não terá santo algum”. Despertando o sono, Joaquim chamou todos os servos e mercenários e lhes narrou seu sonho. Eles adoraram o Senhor e lhes disseram: “Toma cuidado para não negligenciares as palavras do anjo, melhor, levanta-te, partamos daqui e voltemos lentamente, apascentando os rebanhos”.
Depois de trinta dias no caminho de volta a já próximos da chegada, o anjo do Senhor apareceu a Ana, quando ela estava em pé, em oração, e lhe disse: “vai agora à porta chamada Áurea, ao encontro de teu marido, que está vindo”. Agilmente correu ela ao seu encontro, com suas servas, e, suplicando ao Senhor, permaneceu com longa espera junto à porta. Quando, pela prolongada espera, já estava desistindo, ergueu os olhos e viu Joaquim ao longe, voltando com os animais. Correu ao seu encontro e pendurou-se em seu pescoço, dando graças a Deus e dizendo: “Eu era viúva e eis que não sou mais; era estéril e eis que concebi”. Então, depois de terem adorado o Senhor, entraram. A essa notícia, grande foi a alegria de todos os seus vizinhos e amigos, de modo que toda a terra de Israel se alegrou com essa notícia.
Passados nove meses, Ana deu à luz uma filha e a chamou Maria. Aos três anos, depois de desmamada, Joaquim e Ana, sua esposa, foram juntos ao templo do Senhor, onde ofereceram vítimas a Deus e confiaram a menina, de nome Maria, ao colégio das virgens; lá as virgens permaneciam déia e noite nos louvores a Deus. Chegando diante da fechada d templo, Maria subiu velozmente os quinze degraus, sem sequer virar-se para trás nem – como costume fazer a infância – pensar nos pais. Por isso os pais se apressam no templo. Também os pontífices do templo estavam maravilhados.
Então Ana, cheia do Espírito santo , disse na presença de todos: “O Senhor, Deus dos exércitos, recordando-se de sua palavra, visitou seu povo com visita boa e santa, para tornar humildes seus corações e voltá-los para si. Abriu seus ouvidos às nossas orações e afastou de nós a alegria de todos os nossos inimigos. A estéril tornou-se mãe e deu à luz a exultação e a alegria de Israel. São esses os dons a oferecer ao meu Senhor; os meu inimigos não puderam impedir-me de fazê-lo. Deus voltou seus corações para mim e me deu uma alegria sempiterna”.

quarta-feira, 21 de julho de 2010