sexta-feira, 24 de julho de 2009

Guiados pelo Espírito Santo



"Batizado que foi Jesus, saiu logo da água; e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito Santo de Deus descendo como uma pomba e vindo sobre ele"(Mateus 3,16).


Conta-se a história de um guia que vivia nos desertos da Arábia e que jamais se perdeu pelo caminho. Ele levava consigo uma pomba caseira que mantinha presa a uma extremidade de uma boa corda, sendo a outra extremidade amarrada em sua perna. Quando tinha dúvidas a respeito de que rumo deveria seguir, soltava a pomba que imediatamente voava em direção à casa. Desta forma o guia sempre seguia corretamente o seu caminho. Por essa prática costumeira, aquele guia era conhecido como "homem pomba." De igual modo, o Espírito Santo, a Pomba divina, está sempre pronto a nos conduzir para uma vida plena e abundante na presença do Senhor.

Frequentemente nos vemos diante de situações que exigem uma decisão rápida e importante. O que fazer? Como podemos nos certificar de que tomamos, realmente, a melhor decisão?

É comum compartilharmos as dúvidas que possuímos com pessoas que julgamos serem amigas e capazes de nos ajudar na escolha a seguir. E sabemos que a Bíblia nos diz que "na multidão de conselheiros há sabedoria." Mas, com toda a boa vontade dos amigos, também não há garantia de que a decisão a tomar é a mais correta.

Quando colocamos nossas vidas no altar de Deus e convidamos o Espírito Santo a conduzir-nos por um caminho de bênçãos, podemos confiar que nos orientará sobre tudo que devemos fazer e até a quem buscar conselho no momento exato.

Quer estejamos em casa, na igreja, num beco que julgamos sem saída ou mesmo em um deserto árido e difícil de caminhar, podemos contar sempre com o auxílio do Espírito de Deus que não permitirá que sigamos por atalhos que apenas nos deixarão perdidos ou por caminhos de pedras que possam vir a ferir nossos pés e nossa fé. Ao confiar todos os nossos dias ao Senhor, teremos a certeza de que chegaremos rapidamente às bênçãos almejadas.

Você costuma consultar a Deus em suas decisões?

O poder da oração e da ação


Uma a pobre senhora, com visível ar de derrota estampado no rosto, entrou num armazém, se aproximou do proprietário conhecido pelo seu jeito grosseiro, e lhe pediu fiado alguns mantimentos.

Ela explicou que o seu marido estava muito doente e não podia trabalhar e que tinha sete filhos para alimentar.

O dono do armazém zombou dela e pediu que se retirasse do seu estabelecimento.

Pensando na necessidade da sua família ela implorou:
"Por favor senhor, eu lhe darei o dinheiro assim que eu tiver..." ao que ele respondeu que ela não tinha crédito e nem conta na sua loja..

Em pé no balcão ao lado, um freguês que assistia a conversa entre os dois, se aproximou do dono do armazém e lhe disse que ele deveria dar o que aquela mulher necessitava para a sua família por sua conta.

Então o comerciante falou meio relutante para a pobre mulher: "Você tem uma lista de mantimentos?"
"Sim", respondeu ela . "Muito bem, coloque a sua lista na balança e o quanto ela pesar, eu lhe darei em mantimentos".

A pobre mulher hesitou por uns instantes e com a cabeça curvada, retirou da bolsa um pedaço de papel, escreveu alguma coisa e o depositou suavemente na balança.

Os três ficaram admirados quando o prato da balança com o papel desceu e permaneceu em baixo.

Completamente pasmado com o marcador da balança, o comerciante virou-se lentamente para o seu freguês e comentou contrariado:
"Eu não posso acreditar!"

O freguês sorriu e o homem começou a colocar os mantimentos no outro prato da balança.

Como a escala da balança não equilibrava, ele continuou colocando mais e mais mantimentos até não caber mais nada. O comerciante ficou parado ali por uns instantes olhando para a balança, tentando entender o que havia acontecido...

Finalmente, ele pegou o pedaço de papel da balança e ficou espantado pois não era uma lista de compras e sim uma oração que dizia:

"Meu Senhor, o senhor conhece as minhas necessidades e eu estou deixando isto em suas mãos..."

O homem deu as mercadorias para a pobre mulher no mais completo silencio, que agradeceu e deixou o armazém. O freguês pagou a conta e disse:
"Valeu cada centavo..."

....Só mais tarde o comerciante pode reparar que a balança havia quebrado, entretanto só Deus sabe o quanto pesa uma prece...

Vemos a confiança da mulher em Deus na humildade da sua oração, ele que é sempre providente, e a resposta de Deus na ação da pessoa do fregues que pagou a conta da Senhora necessitada e da balança que quebrou no momento em que aquela senhora mais precisava....

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Programa de Apoio ao Idoso " Sociedade dos Cireneus"


A Igreja mantém um Programa chamado Programa de Apoio ao Idoso que é mantido pela sociedade dos Cireneus cuja sociedade tem como finalidade assistir e orientar pessoas carentes visando a reabilitação social, nesse programa estão contidos alguns projetos como: Suplementação alimentar, distribuímos um farnel com alimentos selecionados por nutricionista para completar a alimentação do idoso, o farnel é entregue todo mês, além do alimento, incluindo o pão de santo Antonio são 20 Paes por semana, também fornecemos medicamentos quando receitados fora do posto de saúde. As pessoas assistidas participam de oficinas de educação física" Movimento do Corpo" e de Alfabetização" “Retornando a aprender". contamos com estagiários da UEFS e alfabetizadores do TOPA programa de alfabetização de adultos. Ainda fazemos a entrega dos cobertores no inverno, peixe na semana santa e pelo natal dobramos o farnel e acrescentamos, frango, panetone e um presente com todos os elementos de higiene pessoal.


Essa é uma das Ações Sociais da ICAIB, gostaríamos de convida-lo a tornar-se um novo Cireneu ajudando o outro a levar a sua cruz, a cruz da exclusão social e da exclusão espiritual. Fale conosco (75) 3623-4699 ou email: paroquia_mae_excluidos@hotmail.com

terça-feira, 21 de julho de 2009

O amor de Deus


Dizem que o amor é a coisa maior do mundo. E do nosso ponto de vista o amor é a coisa maior em Deus. Sem amor Sua justiça nos condenaria; Sua santidade nos afastaria de Sua presença e Seu poder nos destruiria. O amor é a única esperança dos pecadores e nossa maior preocupação deve ser a descoberta do amor de Deus para conosco.
Sendo que Deus é luz, Seu amor não é fraqueza de boa índole nem indulgência de boa natureza. Porque Deus é luz, Seu amor é um amor santo, e não um simples sentimento. O amor de Deus nunca entra em conflito com Sua santidade.
O amor de Deus pode ser definido como um princípio eterno de Sua natureza pelo qual Ele é movido a conferir bênçãos eternas e espirituais. O amor é a causa que move todos os Seus atos de misericórdia e graça. O amor de Deus é a prova de que todas as coisas operam para o bem final do Seu povo; ele é a base de toda a Sua atividade de redenção.
Deus é imutável. Deus não muda nem pode haver mudança em Seu amor. "Como havia amado os seus, que estavam no mundo, amou-os até o fim". João 13,1. O amor de Deus por Seu povo não teve princípio e, bendito seja Seu nome, ele jamais terá fim. É como o próprio Deus, de eternidade a eternidade. O argumento principal de Paulo pela segurança do salvo é que nada pode nos separar do amor de Deus... nada na sepultura do passado, nada nos perigos do presente nem nada no ventre do futuro. O amor de Deus não é sujeito a mudança.
O amor de Deus é eficaz. Isto é óbvio, pois é o amor do Todo-Poderoso. Grande é o significado de ser amado por Deus. Muitas vezes somos amados pelos que não podem nos ajudar. Eles não têm a capacidade de fazerem por nós o que desejariam fazer. Tal amor é insuficiente pela falta de poder para torná-lo eficaz. Dario amava a Daniel, mas não tinha o poder para salva-lo. Mas nós somos amados pelo Todo-Poderoso, a quem nada é difícil. Os objetos do amor de Deus são eternamente seguros. Aquele que se assegura do amor de Deus, assegura-se também duma morada celestial.
Deus é amor e Ele manifesta o que Ele é. Não existem atributos divinos vãos em Deus. Não há tal coisa como amor secreto. O amor se mostra exteriormente, quer seja de Deus, quer seja do homem. O amor é um princípio ativo e vivo da vida.
"Se o objeto do amor é amável, então a emoção de amor é complacência. Se o objeto precisa de bondade ou beneficência, a emoção é benevolência. Se o objeto encontra-se em estado de angústia, a emoção é de compaixão ou piedade, etc. Do mesmo modo que o princípio fundamental do fogo é o mesmo seja qual for a matéria consumida, assim o amor divino sempre se baseia no mesmo princípio".

sexta-feira, 17 de julho de 2009

MENSAGEM PASTORAL


Nós, eleitos pela Graça de Deus e pela iluminação do Espírito, muito embora que indignos para o pastoreio do Rebanho de Cristo, que está sob a custódia da ICAIB em Feira de Santana e região, debaixo da proteção de Nossa Senhora Maria, Mãe dos Excluídos, vos saudamos a todos que visitarem esse blog desejando que a Paz de Cristo esteja convosco.
Nestes últimos dias o "Senhor tem se servido de muitos meios" para se comunicar conosco e o tem feito mediante a Ação da Igreja de Cristo disseminada pela orbe, chamando os pobres e oprimidos a alegria da liberdade e da Paz. Várias manifestações de fé tem surgido neste século e iluminado a razão humana, levando o homem a compreender-se irmão e igual na luta contra o mal em defesa da Salvação e do Reino de Deus.
Os sinais com que o senhor nos tem sinalizado, são uma mostra do quanto nos tem amado o nosso criador, desde que, no compromisso da promessa a Abraão e na confirmação, pelos patriarcas e profetas que conduziram o povo de Deus, até a realização do plano salvífico do Senhor. Agora temos a responsabilidade de conduzir o Povo de Deus e nos cabe enaltecer os que antecederam no Pastoreio, exaltando o sacrifício com que suportaram os sofrimentos que lhes foram impostos na caminhada missionária que empreenderam na luta da Evangelização. De saudosa memória, lembramos Dom Salomão Ferraz a quem o Senhor confiou especial vocação para a luta pela união de todos os que crêem em Jesus Cristo e o aceitam como Salvador. A consolidação de sua obra através da Ordem de Santo André e da Igreja Católica Livre, num contexto histórico onde o grito de independência poderia significar a quebra dos grilhões que amordaçaram os lábios, que juntos poderiam realmente rezar o Pai Nosso, ao invés de Um Pai Meu, controlados pelo obscurantismo da hierarquia escravizante, libertada pelo Espírito do Senhor na pessoa do santo inspirado Papa João XXIII, no seu Concílio Vaticano II, dirigindo aos povos do mundo, congregando todos os credos num momento de reflexão, para transformar o mundo e a Fé com o Esplendor da esperança da formação de um só rebanho e um só pastor.
A História de União dos Cristãos em nosso País, tem se esquecido ou ignorado convenientemente o brilhante papel desempenhado pelo combativo Bispo - Auxiliar da Arquidiocese de São Paulo, depois de ser reconhecido o primeiro Bispo "casado" no Brasil quiçá da Igreja Católica Romana, no aceno feito pelo Papa João XXIII, reconhecido pela combatividade de escritor de tantos livros, em favor, tão essencial da continuidade da missão de expansão da causa do Evangelho de Jesus Cristo no mundo de hoje. Abandonado nos seus ideais, Dom Salomão Ferraz legou ao também e não menos ilustre Dom Manuel Ceia Laranjeira, a missão de tornar real o sonho da continuidade do ideal através da IGREJA CATÓLICA APOSTÓLICA INDEPENDENTE NO BRASIL, congênere da Igreja Livre, que remontava sua luta aos idos de 1936. Destacou-se Dom Manuel pelo espírito de fraternidade e sabedoria com que soube dirimir as dúvidas e superar os conflitos, num momento tão difícil para a causa do catolicismo nacional, chama acesa desde o berço presbiteriano, donde trouxe o espírito de luta, de sacrifício, o saudoso patriarca que lhe confiou a missão no chamado ao Pastoreio.
Saibam todos que eles e nós, não pregamos uma nova religião, mas a mesma religião de que outros possuem os preciosos fundamentos; não um outro Cristo, mas o mesmo Cristo; não essencialmente uma nova Igreja, mas a mesma Igreja das tradições Apostólicas, apenas em moldes mais livres e consentâneos com os princípios e metodos do Evangelho e mais adequados às necessidades espirituais e sociais do nosso tempo.
Ao nos defrontarmos com os desafios da moderna civilização em que vivemos, também nos deparamos com as injustiças sociais, as exclusões, as discórdias e divisões que abalam a humanidade e não seria coerente da nossa parte sermos cristãos excluindo ou dividindo o já tão dividido "Reino" o que só faria soçobrar a barca da fé que deve conduzir todos nós, ao Reino de Deus. É pois neste projeto de evangelização, que colocamos nosso ideal de servir aos irmãos excluídos desta sociedade injusta, acalentar os que não são compreendidos na sua fé, orientando-os para a verdadeira prática do Evangelho, onde são todos chamados a partilhar a herança prometida a Abraão e sua descendência.
Seremos cristãos, quando soubermos ver no "outro" o mesmo "eu" que existe em cada um de nós. Seremos cristãos de verdade quando não mais existirem muros separando nossas crenças, mas a abóbada celeste se constituir no teto único do verdadeiro templo dos Filhos de Deus. Seremos verdadeiramente construtores do Reino de Deus, quando não mais nos discriminarmos apenas por sermos pessoas de condição sociais diferentes.
Cremos que o melhor da nossa vida está nessa disponibilidade para servir e assim crendo, renovamos nosso compromisso de estar sempre onde esteja o sofrido e excluído povo de Deus.
Concluo esta mensagem, agradecendo ao generoso povo de Deus que nos acolhe e escolhe como pastor. agradeço a Hierarquia da Igreja pela confiança gentil e fraterna, com que nos tem distinguido nossos irmãos no episcopado, dentre eles: Dom Roberto Garrido Padin, nosso anterior e sempre Bispo Diocesano de São Salvador da Bahia.
Agradeço aos amigos e irmãos de outras denominações cristãs, aos quais demonstramos nosso reconhecimento e nossa solidariedade, na esperança de que nos veremos todos sob o mesmo pastoreio de Cristo na casa do PAI.
Agradeço em memória ao nosso Ínclito Patriarca Dom Salomão Ferraz, pelo ideal do catolicismo livre, a Dom Manoel Ceia Laranjeira, pela continuidade da luta, pelo exemplo que legou a todos nós, seus sucessores na caminhada da fé. A Dom Pedro Villas Boas de Souza, combatido Bispo de Embuguaçu e grande pregoeiro do Evangelho de Cristo, pela Ordem Presbiteral, descanse em Paz. Por fim e ao não menos ilustre Dom Paulo Ferreira da Silva, escolhido para neste novo tempo continuar levando adiante esta luta pelo reino de Deus na terra, a nossa profunda gratidão; ao nosso Epistata pagina viva da história desta Igreja Dom Felismar Manuel e a todos os filhos e filhas de Deus.

Dom Augusto ( Bispo Abade de Feira de Santana )

Festa de Santa Barbara





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Fotos da festa de Santa Barbara na Igreja de Santa Barbara no bairro da Liberdade em Salvador Bahia, contou com a presença Ilustre de Dom Roberto Bispo da Diocese de São Salvador, Dom Augusto Bispo Abade de Feira de Santana, Pe. Marcio Tranquilli da Paróquia Nossa Senhora das Candeias em Pirajá Salvador, Frei Bruno da Igreja Anglicana, Pe. Gelson da Paróquia de Santa Barbara, Pe. Oseas da Paróquia de São Caetano Salvador, Diácono Marcos Paulo e Roniton de Feira de Santana, juntamente com toda a Comunidade, sendo uma festa muito bonita e cheia de bençãos.

Padroeira da Capela Santa Luzia



Festa: 13 de Dezembro. Comemora-se todo dia 13.

Se você anda contrariado com alguém ou com alguma coisa, você precisa da ajuda de Santa Luzia. Santa Luzia é também a Santa que protege e resolve todos os problemas relacionados com "os olhos" das pessoas. Recebeu de Nosso Senhor esta linda missão porque, como conta a tradição, por não aceitar falsos deuses, foi presa e arrancaram-lhe os olhos e, no dia seguinte ela estava com eles perfeitos.

ORAÇÃO - Santa Luzia, consagrada a Deus com voto de castidade, enfrentastes com fortaleza quem tentava violar este voto. Não aceitastes de forma alguma adorar falsos deuses e, por isso, fostes martirizada. Alcançai-me de Deus a firmeza em meus bons propósitos. Protegei-me contra todo mal dos olhos. (Se você estiver com algum problema nos olhos diga qual é e peça ajuda). Fazei que eu use da minha vista, somente para olhar o mundo e as pessoas com caridade e otimismo. Pela vossa poderosa intercessão, alcançai-me a força de superar qualquer contrariedade, principalmente, a que estou passando agora (dizer qual é a sua contrariedade), mantendo viva minha fé em Jesus Cristo, nosso único Senhor. Ele que vive e reina com o Pai e o Espírito Santo, por todos os séculos e séculos. Amém.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

SUCESSÃO APÓSTOLICA E SACRAMENTOS VALIDOS


Igreja Católica Apostólica Independente. Temos Sucessão Apostólica em Dom Salomão Ferraz; seus Sacramentos, validos e lícitos sao sinais da graça divina que produzem efetivamente a graça na alma de quem os recebe, pela ação direta do Espírito Santo. Somos parte da Igreja de Cristo, Una, Santa, Católica e Apostólica, para a Gloria de Deus e salvação de todos e todas.
Testemunhamos o Evangelho livre e libertador de Jesus Cristo, pois sabemos "que Deus não faz acepção de pessoas" (At 10,34).

VALIDADE DO BATISMO


CONSIDERACOES SOBRE A VALIDADE DO SACRAMENTO DO BATISMO ADMINISTRADO POR MINISTROS DA IGREJA CATOLICA APOSTOLICA INDEPENDENTE – ICAI

Brasília, 14 de marco de 2002.

Fomos solicitados varias vezes a esclarecer a atitude de Bispos e Presbíteros da Igreja Católica Romana que se negam a reconhecer a validade do Sacramento do Batismo administrado na Igreja Católica Apostólica Independente.
A ICAI foi fundada em 1966*, por Dom Manoel Ceia Laranjeira e por um grupo de Presbíteros que pretendiam renovar os ideais da “Igreja Católica Livre” fundada por Dom Salomão Ferraz em 1928.
Damos por conhecidos a historia e os ideais de Dom Salomão Ferraz e da ICAI, para deter-nos nos problemas mais diretamente ligados a administração do Sacramento do Batismo e sua validade.
Em “Carta Pastoral dos Bispos da Província eclesiástica de São Paulo sobre a Igreja Brasileira” (Comunicado Mensal da CNBB, dezembro de 1972 – No. 243), no Item IV – Normas Praticas, afirma-se: “Dada a especial seriedade das realidades sacramentais e o cuidado com que devemos cercar a administração destes “mistérios de Deus”, e como não há garantia de validade para os Sacramentos recebidos na “Igreja Brasileira”, sejam reiterados, “sob condição”, cada vez que se apresentar o caso” (cf. p.95).
O caráter disciplinar dessa norma particular da Província eclesiástica de São Paulo tornou-se uma praxe geral para os Bispos e Presbíteros romanos no Brasil. Com certa dificuldade, foi colocada em Nota as edições do Código de Direito Canônico e do Diretório para a aplicação dos princípios e normas do ecumenismo.
Em resposta a uma interrogação dos Bispos do Nordeste, a Congregação para a Doutrina da Fé indicou a Norma 869, parágrafo 2: “Aqueles que foram batizados em comunidade eclesial não-católica não devem ser batizados sob condição, a não ser que, examinada a matéria e a forma das palavras usadas no Batismo conferido, e atendendo-se a intenção do batizado adulto e do ministro que o batizou, haja seria razão para duvidar da validade do batismo”.
Embora existam situações diferentes em vários lugares do Brasil, não se pode levantar nenhuma duvida quanto a matéria e a forma empregadas na administração do Batismo pelos ministros da ICAI.
Permanece um esclarecimento sobre a suposta falta de intenção que resultaria manifesta pela falta de formação de alguns ministros, pela conduta moral de outros, pelas finalidades lucrativas de outros, pelo engano devido as semelhanças com o rito romano, por serem “clerici vacants” e não terem uma comunidade própria.
Obviamente, não podem ser atribuídos todos estes defeitos conjuntamente a cada ministro da ICAI, a parte o fato de que alguns deles não são isentos também ministros da Igreja Católica Apostólica Romana. É uma obrigação, segundo o CDC, examinar também “a intenção do batizado e do ministro que o batizou”, isto é, de cada batizado adulto e de cada ministro. É, portanto, improvável que se possa afirmar em geral a não validade do Batismo pelos ministros da ICAI.
O exame da intenção do ministro, por respeito ao Sacramento, merece “cuidadoso inquérito” e geralmente não está ao nosso alcance, a não ser por declaração do interessado ou que o Batismo faca parte de uma peca de teatro a presunção é a favor da validade. A não-validade deve ser provada.
Quanto ao Batismo de crianças, a questão fé mais complexa. Não se pode acusar de proselitismo quem batiza crianças apresentadas por familiares que não fizeram o curso de preparação, como reclamam Padres católicos. O curso não justifica nem invalida o Batismo de crianças.
Gostaria de propor a leitura de respostas antiqüíssimas sobre a validade do Batismo:
“Você afirmou que alguns foram batizados, sem interrogá-los sobre o Símbolo, por Presbíteros adúlteros e indignos. Nisto a sua caridade conserve o antigo costume da Igreja, a saber: quem foi batizado em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, não é licito de modo algum rebatiza-lo, porque não recebeu o dom desta graça do ministro, mas em nome da Trindade. Guarde-se o que diz o Apostolo: “um só Deus, uma só fé e um só batismo” (Ef 4,5). Porem, te pedimos antecipadamente que ás tais pessoas administre com mais empenho a doutrina espiritual” (Gregório, carta Desiderabilem mihi, a Bonifácio, 22 e novembro de 726).
Uma outra resposta interessante sobre a validade do Batismo é a do papa Estevão I, no ano 754, dirigida á um mosteiro da Franca: “Quanto ao tal Presbítero, que batiza de maneira tão rude... e enquanto Presbítero, não se sabe se foi consagrado por um Bispo, deve ser deposto do ministério sacerdotal..., mas as crianças que foram batizadas, ainda que de maneira tão rude, permaneçam batizadas posto que lhe foi dado em nome da Santissima Trindade”.
A norma do Diretório para a aplicação dos princípios e normas sobre o ecumenismo, enfim, é a seguinte: “Se, mesmo após cuidadoso inquérito, persistirem serias duvidas quanto a correta administração do Batismo e se se julgar necessário batizar sob condição, deve o ministro católico mostrar respeito pela doutrina segundo o qual o Batismo só pode ser conferido uma única vez, explicando a pessoa visada por que razão, neste caso, ela é batizada, o Batismo, sob condição, deve ser administrado em privado e não em publico" (Diretório Ecumênico, 98d).

Gostaria de concluir com algumas afirmações gerais:
1. Não existe para a ICAI uma declaração geral da Igreja que afirme a não-validade do batismo, mas somente uma norma disciplinar da Província eclesiástica de São Paulo.
2. O Batismo administrado por ministros da ICAI deve ser considerado valido ate a prova em contrário.
3. A não-validade deve ser provada através de cuidadoso inquérito.
4. Quem tem a obrigação de investigar cuidadosamente, em caso de duvidas é o ministro católico.
5. O que deve ser investigado, no nosso caso, é a intenção do ministro da ICAI que batizou e do adulto (ou dos pais da criança) que pediu o batismo.

Na esperança de abrir um dialogo sobre uma questão que deve ser avaliada á luz da doutrina sobre o Batismo e não sob o peso das relações cotidianas muitas vezes conflitavas, saúdo cordialmente.

Pe Gabriele Cipriani
Assessor de Ecumenismo e Dialogo Inter-religioso da CNBB