segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

É Natal outra vez...


È Natal outra vez....
Só agora uma pausa.
Só agora o silêncio necessário
para a percepção serena
de que é, de novo, NATAL!

Só agora o olhar enternecido para o abraço,
a palavra essencial para a expressão do afeto,
a delicadeza dos gestos,
a possível oração...

É que o mundo andam inquietos,
sem tempo
para o nascimento singelo...
É que toda esta pressa,
esta urgência de ir e vir,
este espaço enorme nas bolsas ávidas de presentes,
este anseio de aparência,
esta festa programada sem o aparato da substância,
sem a beleza original,
sem Maria nem José,
sem a ternura dos anjos,
sem a estrela peregrina,
sem os pastores do campo,
sem os Magos e sua fé,
ainda escondem o Menino,
cuja humildade divina
é sempre roteiro e lição...

Em meio a tudo isto,

pergunto-me sobre os presepios
que sempre vi quando, criança ainda,
armava bênçãos encantadas na alma,
e o presépio embalava minhas puras fantasias...
O NATAL chegava, de mansinho,
e se aninhava em meus recantos mais sagrados;
então eu podia sentir o seu cheiro mágico e espiritual!...

Antes o tempo dormia nascituro como Jesus na manjedoura...
Hoje, quando cresci para a vida, ele acorda
e me cobra a soma de esforços.
Confesso que nem sempre dou conta de me equilibrar no seu fio invisível,
mas, sobre as palhas do meu coração cansado,
o Doce Menino pede lugar
e me sussurra baixinho:
- Renasce em ti mesma, pois é NATAL outra vez!...

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