quinta-feira, 22 de julho de 2010

A Familia de Jesus



Celebrando a festa de Santa Ana e São Joaquim, estamos celebrando os Avós de Jesus. A exaltação da família humana de Jesus, é pratica de fé na igreja oriental. No ocidente nós exaltamos as figuras de São Joaquim e Santa Ana pais de Maria mãe de Jesus sem evidenciar entretanto este caráter familial, por isso estamos colocando aqui o texto extraido dos Evangelhos Apócrifos do Evangelho Pseudo-Mateus que retrata a família humana de nosso Amado Salvador.

Joaquim e Ana

Estando Joaquim nos montes, onde apascentava seus rebanhos, apareceu-lhe um jovem e lhe disse: “Por que não voltas para tua mulher?” Respondeu: “Eu a tive por vinte anos, e Deus não quis conceder-me filhos dela. Por isso, depois que me foi lançado em rosto, afastei-me do templo do Senhor com muita vergonha. Por que deveria voltar para ela, uma vez que fui repelido e desprezado? Permanecerei aqui com minas ovelhas até quando o Deus deste mundo quiser conceder-me a luz. Por meio de meus servos darei generosamente aos pobres, aos órfãos e às pessoas do culto de Deus”.
Quando ele terminou de falar, o jovem lhe respondeu: “Eu sou um ano de Deus e hoje apareci a tua mulher, que chorava e orava, e a consolei; saibas que de teu sêmen concebeu a ela uma filha, e tu a deixaste, ignorando-a. Ela estará no templo de Deus; sobre ela repousará o Espírito santo; a sua bem-aventurança será superior à de todas as mulheres santas. Ninguém poderá dizer que antes dela houve outra igual; e neste mundo, depois dela, não haverá outra como ela. Desce, pois, dos montes, volta para tua mulher e a encontrarás em estado interessante. Com feito, Deus suscitou nela um sêmen pelo qual deves agradecer lhe. O se sêmen será bendito, e ela mesma será bendita e será constituída mãe de uma bênção eterna.”
Depois de ter adorado o anjo, Joaquim lhe disse: “Se encontrei graça diante de ti, senta-se um pouco em minha tenda e abençoa teu servo”. O anjo lhe respondeu: “Não chames servo, mas converso; somos servos de um mesmo Senhor. Mas a minha comida é invisível, e a minha bebida não pode ser vista por nenhum mortal. Por isso não deves pedir-me que entre em tua tenda. Se tens a intenção de dar-me alguma coisa, oferece-a em holocausto ao senhor”.
Joaquim tomou então um cordeiro imaculado e disse ao anjo; “Eu não ousaria oferecer um holocausto ao Senhor se tua ordem não me tivesse dado o poder sacerdotal para oferecê-lo”. O anjo lhe respondeu; “Eu ao te teria convidado a oferecê-lo se não tivesse conhecido a vontade do Senhor”. Enquanto Joaquim oferecia o sacrifício a Deus, subiram ao céu o anjo e o perfume do sacrifício.
Então Joaquim caiu de bruços e permaneceu em oração da hora sexta até o entardecer. Os servos e os mercenários que estavam com ele, vendo-o e ignorando o motivo pelo jazia deitado, pensavam que estivesse morto; aproximaram-se dele e com dificuldade o levantara. Depois que lhes contou a visão angélica, impelida por grande temor e admiração, eles o exortaram a que, sem demora, desse comprimento à visão do anjo, voltando prontamente para junto de sua mulher.
Enquanto Joaquim ponderava em seu coração se voltava ou não, foi tomado de um supor e viu em sonho o anjo que lhe tinha aparecido quando estava acordado, o qual lhe disse.” Eu sou o anjo que Deus te deu como guarda; desce tranqüilo e volta para junto de Ana, porque as obras de misericórdia que fizestes, tu e tua mulher Ana, foram referidas diante do Altíssimo. Deus dará a vós um fruto que desde o inicio, os profetas não tiveram e não terá santo algum”. Despertando o sono, Joaquim chamou todos os servos e mercenários e lhes narrou seu sonho. Eles adoraram o Senhor e lhes disseram: “Toma cuidado para não negligenciares as palavras do anjo, melhor, levanta-te, partamos daqui e voltemos lentamente, apascentando os rebanhos”.
Depois de trinta dias no caminho de volta a já próximos da chegada, o anjo do Senhor apareceu a Ana, quando ela estava em pé, em oração, e lhe disse: “vai agora à porta chamada Áurea, ao encontro de teu marido, que está vindo”. Agilmente correu ela ao seu encontro, com suas servas, e, suplicando ao Senhor, permaneceu com longa espera junto à porta. Quando, pela prolongada espera, já estava desistindo, ergueu os olhos e viu Joaquim ao longe, voltando com os animais. Correu ao seu encontro e pendurou-se em seu pescoço, dando graças a Deus e dizendo: “Eu era viúva e eis que não sou mais; era estéril e eis que concebi”. Então, depois de terem adorado o Senhor, entraram. A essa notícia, grande foi a alegria de todos os seus vizinhos e amigos, de modo que toda a terra de Israel se alegrou com essa notícia.
Passados nove meses, Ana deu à luz uma filha e a chamou Maria. Aos três anos, depois de desmamada, Joaquim e Ana, sua esposa, foram juntos ao templo do Senhor, onde ofereceram vítimas a Deus e confiaram a menina, de nome Maria, ao colégio das virgens; lá as virgens permaneciam déia e noite nos louvores a Deus. Chegando diante da fechada d templo, Maria subiu velozmente os quinze degraus, sem sequer virar-se para trás nem – como costume fazer a infância – pensar nos pais. Por isso os pais se apressam no templo. Também os pontífices do templo estavam maravilhados.
Então Ana, cheia do Espírito santo , disse na presença de todos: “O Senhor, Deus dos exércitos, recordando-se de sua palavra, visitou seu povo com visita boa e santa, para tornar humildes seus corações e voltá-los para si. Abriu seus ouvidos às nossas orações e afastou de nós a alegria de todos os nossos inimigos. A estéril tornou-se mãe e deu à luz a exultação e a alegria de Israel. São esses os dons a oferecer ao meu Senhor; os meu inimigos não puderam impedir-me de fazê-lo. Deus voltou seus corações para mim e me deu uma alegria sempiterna”.

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